Quando conto que pratico hipismo há mais de 20 anos, as pessoas que não são do meio dizem: “- Então você já é profissional!”. E quando digo que não sou, que ainda recebo instruções de um professor, eles não entendem. Realmente a definição de profissional e amador no Hipismo é muito confusa.
O hipismo é um esporte complexo, pois na equipe temos um animal que não pode dizer o que está sentindo e temos que ter a habilidade de ler seus sinais. Acho que por isso, mesmo praticando esse esporte há muitos anos, sinto a necessidade de ter outro cavaleiro mais experiente me acompanhando nos treinos.
Mas tem um outro lado nessa história: quem são esses cavaleiros que se dizem profissionais? Quem comprova sua experiência?
A polêmica não é nova e tampouco é restrita ao hipismo. No futebol, por muito tempo tem se discutido a necessidade de que os técnicos de futebol tenham algum tipo de formação, em educação física ou áreas afins. O contra argumento é que ex-jogadores renomados são treinadores muito mais bem qualificados e experientes para treinar uma equipe do que jovens egressos das faculdades.
Concordo que o mesmo pode ocorrer no hipismo, mas não podemos deixar de pensar que muitos alunos novos estão tendo aulas no esporte com cavaleiros que poderiam se qualificar melhor antes de serem profissionais. Trabalhar com hipismo envolve um conhecimento completo do animal, do aluno, das regras e, por que não, da segurança e primeiros socorros necessários caso haja algum acidente. A Confederação Brasileira de Hipismo já tentou aplicar cursos de qualificação com certificados para dar um mínimo de padronização aos profissionais da área, mas o projeto, que foi bem recebido pelos profissionais, infelizmente parou no meio.
Não estou dizendo que não temos profissionais qualificados, mas acho que seria interessante darmos a nossos jovens cavaleiros a base e segurança necessária para que o hipismo cresça no país cada vez com mais força. Sem contar que nossos animais merecem estar em boas mãos.
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