Você e seu cavalo no Hipismo&Co:
Nicolle Margeotto

Chegou o dia da entrevista no Hipismo&Co. A amazona Nicolle de São Paulo nos conta um pouco da sua vida hípica.
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Nome:
Nicolle Pantoja Margeotto

Nome do Cavalo:
Tenho 2. O Dream Makker Imperio Egipcio e a Catitta

Onde monta:
Helvetia Riding Center – Indaiatuba – SP

Modalidade/altura/ categoria:
Me dedico ao Salto. Acabei de subir para a altura de 1,30m e salto pela categoria Pré-Junior.

Quando você começou no hipismo? Você se lembra da primeira vez em uma hípica?
Minha ligação com os cavalos começou quando eu tinha 1 ano e meio, que foi quando subi pela primeira vez em um cavalo junto com meu pai. Desde de pequena nunca demonstrei medo pelo animal e sim grande interesse e compaixão. Aos poucos, quando atingi os 6 anos, resolvi iniciar aulas de hipismo por simplesmente gostar do animal e em seguida me apaixonei perdidamente, tanto pelo esporte quanto pelos cavalos. Aos 8 anos, participei de minha primeira prova de salto na extinta categoria Equitação Fundamental.
Não me lembro de muita coisa da primeira vez que estive em uma hípica, mas sei que me senti completamente entusiasmada e de acordo com meus pais, já demonstrava interesse pelo hipismo.

Qual foi sua prova inesquecível?
É difícil citar apenas uma prova inesquecível, porque acredito que várias delas tiveram uma grande importância para o que sou e onde estou hoje. Todas elas tiveram momentos inesquecíveis! Como quando eu dei meu primeiro galope da vitória, ou quando eu fui campeã pela primeira vez, ou até mesmo todas as provas que eu fiz na categoria Fundamental nas quais eu fazia as vezes menos de 0,05 centésimos do tempo ideal. Hoje dou muita risada de lembrar de tudo isso. Mas quero fazer um pequeno comentário a respeito de uma prova que saltei recentemente em Florianópolis – a primeira seletiva para o Campeonato Americano e Sul Americano da Juventude – sendo que era minha estreia na série 1,30m. Tive a oportunidade de experimentar tudo naquela prova, mas acima de tudo, tirei uma lição não só do hipismo, mas de vida também. Se não fosse por pequenos erros que cometi nessa prova, jamais teria chegado aonde minha consciência me levou. E por isso, essa prova vem sendo umas das mais importantes provas que já fiz. Ela me levou a refletir sobre algo que vou levar para a vida inteira.

Você tem algum ritual antes da prova?
Quando chego em qualquer concurso costumo ir direto para as baias onde estão meus cavalos, para ver se estão bem, se comeram e se está tudo em ordem. Antes da minha prova começar, sempre procuro me focar o máximo em o que devo fazer. Tendo visto alguns concorrentes vou montar e aqueço meus cavalos, antes de entrar na pista sempre rezo e assim que entro faço o sinal da cruz, tanto em mim, quanto em meus cavalos.

Qual seu concurso preferido no Brasil?
Para mim hoje, acredito que os mais importantes do Brasil são o Athina Onassis e o famoso The Best Jump. Ambos são incríveis de se ver.

Existe alguma prova da qual gostaria muito de participar?
Existem várias, como o Americano da Juventude e mais para frente o Athina Onassis, o The Best Jump, o The Global Champions Tour, o Rolex FEI World Cup, o Pan-americano, e também as Olimpíadas.

Qual seu ídolo no esporte?
Tenho vários, mas os que mais acompanho são a Edwina Alexander, Meredith Beerbaum, Steve Guerdat e Eric Lamaze. Mas também tenho um ídolo bem próximo de mim, o qual sei que esta sempre do meu lado, o cavaleiro Vitor Alves Teixeira.

O que você mais gosta no ambiente hípico? E o que você mudaria?
Gosto muito de estar perto deste seres verdadeiros que são os cavalos, muitas vezes fico mais com eles do que com meus amigos. Também gosto do fato de que as famílias se reúnem, do espírito de vitórias dos concorrentes (o que muitas vezes tornam as provas mais emocionantes) e do próprio clima de competição. É muito bom! Mas ao mesmo tempo, eu acredito que a competitividade vem aumentando muito principalmente entre os pais. Muitos esquecem que seus filhos ainda são jovens e apostam neles para competir com outras famílias, como se dissessem “tenho cavalos melhores” ou “meu filho é melhor”. Isso eu acho que é algo muito triste, porque passa a ser inconsciente e eles deixam de ver a realidade e apenas se preocupam com a competição.

O que o hipismo mudou na sua vida?
Realmente muita coisa. Penso em cavalo 24 horas por dia e as vezes acho que só sei falar sobre isso. Para ter uma ideia, já faz mais de 3 anos que não vou em uma festa como todas as outras garotas da minha idade estão acostumadas. Vivo entorno do hipismo e da dedicação aos estudos. Pra resumir, não sei como viveria sem os cavalos. Eles são meu tudo! São minha vida!

Você tem alguma música ou filme que te inspira nos seus treinos? Qual?
Ah, nunca parei pra pensa nisso. As músicas que escuto com frequência quando vou montar são Don’t You Worry Child, Scream and Shout, Titanium, 93 Million Miles e Stand Up (For The Champions). O filme eu diria que Flicka é um que eu amo, assistindo ele aprendi que as vezes você tem que quebrar barreiras para se encontrar.

Qual foi o cavalo que mais te deu alegria e porque?
Cada cavalo teve uma importância muito grande na minha vida. Com cada um eu consegui aprender algo novo. Mas hoje, acredito que a mais importante é a minha égua Catitta, estamos juntas à um ano e meio. Ela é minha parceira e o que me deixa mais feliz a respeito dela, é que ela é uma égua que vem ganhando experiência junto comigo. A cada prova, eu vejo ela evoluir, e melhorar. Então não digo que seja alegria de vitórias, mesmo ela já tendo me dado algumas. Digo a alegria de ver seu trabalho evoluindo, ver que esta funcionando. Eu acho lindo quando conseguimos ver um cavalo evoluir.

O que seu cavalo representa pra você?
Para mim, o cavalo não é simplesmente um cavalo. Ele é mais que isso. É um melhor amigo. É como em um casamento,  ele esta ali para você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Ele é fiel e verdadeiro em relação à seus sentimentos. Ele te aceita como você é. Te permite ser livre. Os cavalos nunca vão te abandonar, independente do momento. Acredito que são melhores que muita gente. Não vejo uma vida para mim sem cavalos. Eu os amo muito e serei sempre fiel a eles!

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